quarta-feira, 8 de maio de 2013

Blog actualizado com reportagem da RTP-1


            INAUGURAÇÃO DE PINACOTECA 

                 E LANÇAMENTO DE LIVRO


Foi inaugurada a Pinacoteca instalada no Palácio dos Cardosos, em Castelo Branco e apresentado o meu livro
                   
                     Cardosos e Castilhos Albicastrenses – à volta dos Palácios

conforme se noticia adiante e se ilustra com fotografias.

                                        Mais recentemente

A RTP-1 propôs-me filmar a minha pinacoteca para transmitir no Portugal em Directo. A reportagem foi transmitida hoje, dia 3/5/2013 às 18:42. Fiz a gravação que a seguir se divulga.











                                       Onde comprar o livro

O livro pode ser adquirido no Kiosk Vidal (Alameda Liberdade, 6000-074 Castelo Branco), Livraria Ferin e Livraria Barata, em Lisboa.



                                                 Início do discurso de apresentação do livro


A primeira sessão, presidida pelo Sr. Arquitecto José Afonso,  foi em 27/4/2013 e destinou-se a familiares e alguns amigos, tendo esgotado os 81 lugares sentados na sala.

Participou um Quinteto de Cordas de músicos da ESART - Escola Superior de Artes do Instituto Politécnico de Castelo Branco, que executou, nos intervalos dos discursos, a Primavera,  de Vivaldi,  a Serenata em Sol Maior K.525, de Mozart e Aleluia, de Händel.

A segunda sessão ocorreu em 2/5/2013, foi presidida pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Comendador Joaquim Morão e teve a presença de amigos e convidados da Autarquia, que quase encheram o salão. Assim que tiver fotografias disponíveis darei pormenores desta segunda apresentação.

Nesta sessão o Autor apresentou o livro através dum discurso que leu, do qual se transcreve a parte que interessa.


                                   
                                      Um pormenor da visita à Pinacoteca (sala da burra embutida)


                                     

                       Apresentação do livro


O meu livro, CARDOSOS E CASTILHOS ALBICASTRENSES - À VOLTA DOS PALÁCIOS contém três tipos de conteúdo:


A primeira parte trata da história dos palácios e das famílias a eles ligados – o 1º palácio dos Cardosos, que é este onde estamos, o 2º palácio dos Cardosos, contíguo a este e o solar dos Tudela de Castilho, na Rua Nova, sendo também referido o palácio dos Barões de Castelo Novo, na antiga Rua da Ferradura, hoje Rua João Carlos Abrunhosa.


A 2ª parte trata da apresentação da Pinacoteca que instalei neste 1º palácio, motivo da sua aquisição e restauro.


Finalmente, há os anexos, que complementam ambas as partes anteriores, contendo a genealogia dos Castilhos posteriormente a 1820 e uma recolha de orações de carácter popular.


Depois de ler a primeira versão do texto, o Prof. Doutor João Mendes Rosa, professor na Universidade de Salamanca, escreveu um prefácio muito bom, que vale a pena ler, pela análise que faz do livro e por todo o saber ali expresso.


Está na origem da minha pesquisa a pedra de granito, com um brasão de armas, por cima da porta da entrada desta casa, que adquiri em 2009.


Andava eu nesse ano à procura de um espaço para pendurar os meus quadros, quando me foi proposta a compra desta casa, que “tinha uma escadaria muito bonita no átrio”, segundo o vendedor imobiliário.


A primeira vez que vim aqui tive receio ao entrar, mas depois de ver o vendedor a avançar pelas ruínas resolvi segui-lo com cautela. A situação era desoladora, mas decidi comprar a dita ruína, porque tinha muito espaço e me pareceu ser possível a recuperação.


O Doutor Leonel Azevedo disse-me depois, quando o conheci, que tinha morado aqui um Cardoso que era fidalgo, dado que o brasão é de Cardoso, não sabia exactamente quem, nem conhecia o edifício por dentro. Eu nunca me interessara por heráldica nem tinha procurado informação pormenorizada sobre fidalgos. Para se construir um edifício como este era necessário ter posses razoáveis. Por isso resolvi descobrir quem tinha morado aqui e estudar o seu modo de vida.


Primeiro houve que determinar se o brasão era coevo deste edifício, o que garantiria que a casa tinha sido solar de fidalgos. De facto, o brasão podia muito bem ter sido trazido doutro local para aqui. Viria eu a concluir que não, por análise da parede da fachada depois de retirado o reboco de cal, que estava deteriorado. Com a ajuda do especialista na zona histórica, Sr. Arquitecto Mendes Ricardo, que subiu ao andaime para verificar como estava colocada a pedra de armas, verificou-se que se trata dum grande bloco de granito inserido na parede sem qualquer vestígio de se tratar dum remendo.



                                                               O Autor discursando


Dado que nada se sabia da história do edifício, pensei que a poderia descobrir se estudasse a vida das pessoas que nele viveram. Assim, a primeira coisa que fiz foi determinar quem tinham sido essas pessoas. Nas  inscrições do registo predial do edifício constava uma de 1907, que era a mais antiga, onde se dizia que pertencia a Pedro de Ordaz Caldeira Lucas, tal como o palácio que pega com este, do lado sul. Pesquisei esse nome na internet, entrei num site de genealogia, soube que ele nascera em 29.03.1877 e continuando a pesquisa de filho para pai nesse mesmo sítio, cheguei a Paulo Rodrigues Cardoso (nascido cerca de 1560), filho de Isabel Cardoso e neto de um Álvaro Cardoso.


Porém, isto não era a resposta ao problema, era apenas o seu enunciado.


Então, a partir daqui seguiu-se uma fascinante aventura de pesquisa no campo da história, genealogia e heráldica, suas disciplinas auxiliares, utilizando na pesquisa o método de investigação das ciências sociais.

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 A Parte II tem um carácter de divulgação, apresenta o palácio com a pinacoteca instalada e, como já se percebeu, se este objectivo não tivesse existido, a Parte I não teria sido escrita, porque eu não teria comprado este imóvel. São duas matérias diferentes mas interligadas.


Em primeiro lugar, na Parte I, trata-se do que apurei sobre o que designo por “primeiro palácio dos Cardosos”, que é aquele onde estamos, como já se disse. Em resumo, forneço elementos que levam a concluir que este palácio foi construído por Paulo Rodrigues Cardoso, entre 1590 (tinha ele 30 anos) e 1609 (data da carta de brasão de armas de seu primo direito Heitor Cardoso, em que se refere que os Cardosos albicastrenses eram, até então, fidalgos de ilustre linhagem mas sem solar conhecido, isto é, sem casa com um brasão).



Esta 1ª Parte respeita à investigação que fiz depois de comprar o edifício, contém pesquisa de carácter científico. O que aí está escrito foi documentado com Registos Paroquiais de Stª Maria do Castelo (desta vila de então e depois cidade), desde o séc. XVI ao séc. XIX, e das igrejas de Alcains e Escalos de Baixo, assim como Chancelarias de D. Afonso V, D. Manuel I, D. João III e da Ordem de Cristo, as Ordenações Afonsinas e as Manuelinas, cartas de Brasão de Armas, para além dos livros clássicos de genealogia e outros que constam na bibliografia. Outra fonte importante foram os Róis de Confessados da Sé de Castelo Branco e as escrituras notariais desta cidade, desde o séc. XVIII ao XIX e até um documento inédito que me foi facultado no Fundão, relativo ao inventário dos bens confiscados em 1911 aos Jesuítas, na sua residência nesta cidade. Grande parte da documentação foi consultada na TT e outra no ADCB.  A 1ª Parte contém muita pesquisa histórica inédita.


Como se demonstra no livro, o 2º Palácio dos Cardosos, contíguo a este, foi construído no séc. XVIII pelo último Pedro Cardoso Frazão, que viveu de 07.02.1702 a 26.01.1772 e era tetraneto de Paulo Rodrigues Cardoso. Foi mais tarde herdado pelo seu neto José Caldeira de Ordaz Queirós, que viria a ser 2º barão de Castelo Novo  (baptizado em 05.01.1775)  depois de casar cerca de 1807 com a prima direita, Angélica de Menezes d’Ordaz e Queiroz de Valadares, filha natural legitimada do 1º Barão de Castelo Novo, que falecera em 24.01.1804.  Como se vê, esse palácio nunca poderá ser designado como tendo sido dos barões de Castelo Novo, pois só pertenceu ao 2º Barão, que o herdara antes de ter o título e que foi morar para o palácio na Rua da Ferradura.


O palácio da Rua João Carlos Abrunhosa, sim, foi o dos barões de Castelo Novo. Tem um corpo que deve ter sido construído pelo pai do 1º Barão ou por este mesmo, e outro que foi construído pelo 2º Barão, já que tem a data de 1863 gravada no muro do portão.


Quanto à casa dos Tudela de Castilho, na Rua Nova, demonstrou-se depois de uma exaustiva e longa pesquisa, que era o edifício onde funcionou a velha Escola do Castelo, demolido cerca de 1960, para se construir ali, no centro dos quintais, a escola que agora lá está. À falta de fotografias do edifício, fez-se uma reconstrução fotográfica, que mostra como era a casa. Essa casa foi vendida em 1815 por Fernando Tudela de Castilho (o último desta linhagem, que morreu nas Donas, Fundão, sem descendência em 1820). Foi herdeiro de seu tio José Tudela de Castilho, solteiro, sem descendentes, que faleceu em 1806. Mais tarde foi deixada aos Jesuítas por testamento de Pedro de Pina Carvalho Freire Falcão que faleceu em 20 de Março de 1878. Foi confiscada aos Jesuítas em 1910 após a implantação da República.



                   O primo do Autor, Joaquim José de Castilho Monteiro Braz fazendo um comentário


A seguir ao que se apurou sobre os palácios apresenta-se nessa 1ª Parte o que fiquei a saber sobre as famílias Cardoso e Castilho albicastrenses. Os Castilhos entraram nesta história porque a filha Isabel, de Paulo Rodrigues Cardoso, casou com Fernão Gomes de Castilho, avô de Fernão Tudela de Castilho, Fidalgo da Casa Real, juiz de fora e depois Desembargador da Relação do Porto. Esta foi uma família proeminente em Castelo Branco, principalmente nos séculos XVI e XVII, por serem Fidalgos da Casa Real e, além disso, gente estudiosa, titulares do cargo de Juiz da Alfândega de Castelo Branco e juízes de fora.


Sobre os Cardosos fez-se uma difícil e longa pesquisa histórica, tendo-se concluído que Álvaro Cardoso, que segundo o genealogista Achioly da Fonseca foi o primeiro que se estabeleceu em Castelo Branco, estimando-se que nasceu cerca de 1485.  


Em 1510 recebeu de D. Manuel I o privilégio de “recebedor do dinheiro e coisas que pertencem às obras dos muros e fortalezas dessa vila, com o mantimento, enquanto as obras lavrarem, de, pelo menos, quatro oficiais e dez servidores e 20 reais por dia”. Depois foi nomeado vedor das obras reais, cargo confirmado mais tarde por D. João III. Teve um filho de nome igual, por isso lhe chamo Álvaro Cardoso Sénior. Foi o bisavô de Paulo Rodrigues Cardoso e não tinha solar conhecido, assim como também o não teve o seu filho Júnior.


 Pela investigação histórica que fizemos, deduzimos que ele era filho do Dr. Pero Lopes Cardoso ou Pedro Lopes Cardoso, que foi Ouvidor com poderes de alçada na comarca e Mestrado de Cristo, em Castelo Branco, com sentenças proferidas em 1500 e 1502 nessa vila de então. Foi nomeado corregedor da comarca da Beira em 1506, depois o mesmo cargo na comarca  Entre Tejo e Guadiana e em 1511 recebeu do rei a mercê do ofício de desembargador da Casa da Suplicação, que funcionava junto à Corte. Provavelmente, no início de carreira esteve na Comarca Entre Douro e Minho, o que explicará que Álvaro Cardoso Sénior tenha nascido em Mirandela, como foi dito por Achioly da Fonseca.


Andava a pesquisar os Cardosos quando tive de me dirigir ao Coronel Manuel Martinho Rolão, autor dum livro em 3 volumes sobre as famílias da Beira Baixa, para obter alguns elementos sobre aqueles fidalgos. Foi então que ele se interessou por pesquisar os Castilhos, tendo demonstrado, por documentos obtidos, a ligação entre as duas famílias, pelo casamento já referido de Isabel Cardoso Frazão.


Então, aprofundei também a genealogia desta família, que se apresenta no livro. O primeiro Castilho que veio para Castelo Branco era um fidalgo que se chamava João de Castilho, nasceu cerca de 1500 na Biscaia e casou com D. Joana da Costa, de família nobre e que herdara o cargo de escrivão da Correição de Castelo Branco. Este cargo, que não podia ser exercido por mulheres, foi desempenhado pelo marido. Dele descenderam os Tudelas de Castilho, dos quais descendem, por sua vez, todos os Castilhos que encontrámos na Beira Baixa.



Termino com os meus agradecimentos, renovados, ao Sr. Presidente Joaquim Morão e a todos os presentes, que me honraram com a sua participação nesta cerimónia.


Bem-haja a todos.

                                                  Executando a Primavera de Vivaldi

Agradeço as fotografias à prima Trindade e comadre Elizabete, que tiveram a gentileza de mas enviar por e-mail.

José Barata de Castilho



                             IMPRENSA E COMENTÁRIOS NO FACEBOOK

Começo por divulgar dois comentários publicados na minha página de facebook:

Trindade Antunes Tive o privilégio de participar na 1. a sessão : a pinacoteca um regalo para os olhos, o livro um regalo para o mundo dos afetos , o ambiente dessa tarde um regalo para a alma! PARABÉNS! OBRIGADA!


Jose Castilho Tive o privilégio de ter estado presente na sessão de 27 Abril e foi um momento único no campo dos afectos e dos fios que os tecem. Mais tarde, porque o livro é para ser lido e relido atentamente, tive o "feeling" se este meu parente, não seria o José Martins Barata, um dos melhores alunos da Escola Técnica do seu tempo, mais velho que eu, mas do qual eu me recordava, por na altura, ser frequentemente premiado...O mesmo que o nosso comum amigo, confirmei agora, o saudoso Joaquim Pelejão Marques, na década de 70, me referia como um dos alunos com origem na velha Escola Técnica, que prosseguira uma carreira profissional e académica de realce...Até o Solar que recuperou, tem ligações a alguém que passou pela cidade e que muitos de nós conhecemos como alunos,o professor e autarca, Eng Técnico, Francisco Ordaz Caldeira Lucas...Em resumo: um homem que gosta da cidade e que após porfiadas tentativas iniciadas em 69, para acrescentar "ao Barata", o "de Castilho", do nome do avô...só o conseguiu em 2011...Um livro que merece a pena ser lido e uma pinacoteca que merece ser visitada!...





São reproduzidos a seguir os recortes de artigos publicados nos  jornais  Povo da Beira  e  Reconquista,  eque foram convidados para a sessão do dia 2 de Maio.







                                       A Gazeta do Interior também publicou uma notícia


                  OUTRAS FOTOGRAFIAS DA INAUGURAÇÃO



Recepção


                                                                       
                                                             Esperando o começo





Quase a começar


Presidente da Câmara Municipal



                                                                             Discurso do Autor



                          Algumas fotos enviadas pelos

                 Primos Mário Castilho André/Cília Cortês















           Algumas fotos feitas pela  minha filha Mariana










   "Finis coronat opus": ao lume com os netos, na chaminé de aparato (séc. XVI)